sábado, 25 de agosto de 2012

Como conseguir dinheiro para seu negócio


Para aumentar suas chances de conseguir investimento ou financiamento, além de ter um bom planejamento do seu negócio em mãos, você deve ter um discurso de venda adequado. Não busque o dinheiro pelo dinheiro, ou seja, não basta que você corra atrás dos agentes financiados ou investidores dizendo que sua necessidade de recursos é pequena perto do que eles têm a oferecer, que você pagará a dívida tão logo consiga o equilíbrio financeiro, que o seu negócio é melhor que os demais da concorrência etc.

O discurso correto é apresentar uma oportunidade de negócios na qual o investidor, ao apontar recursos, contribuirá para o desenvolvimento de algo diferenciado, com alto potencial de crescimento e retorno financeiro acima da média. Se não for esse o seu caso, não adianta inventar um discurso bonito que não se comprove na prática, pois os investidores saberão diferenciar um negócio com grande potencial de outros com menor potencial.


Os investidores buscam, antes de qualquer outro objetivo, uma boa ou ótima rentabilidade para o seu capital, e você deverá mostrar por que a oportunidade em questão trará esse retorno. No caso de agências do governo, o discurso deve ser diferente. Você deve mostrar que o seu projeto é inovador e trará retorno ao país com o crescimento do negócio, o que proporcionará geração de emprego, arrecadação de impostos e retorno à sociedade como um todo, auxiliando o país a ser mais competitivo no cenário internacional.

Se esses discursos não se aplicam ao seu negócio, repense se vale a pena seguir em frente com uma empresa sem diferencial competitivo e com pequeno potencial de inovação. Isso porque será difícil conseguir recursos não tradicionais e a alternativa mais adequada acabará sendo o banco de varejo, que cobra altos juros e exige contrapartidas e garantias antes de conceder financiamentos.

Um hábito que o ajudará bastante na tarefa de conhecer investidores e potenciais sócios capitalistas e ter a chance de apresentar seu projeto a eles é o relacionamento, ou networking. Trata-se de mostrar a cara e se fazer conhecido em seu meio e no mundo dos negócios. Se você não sabe por onde começar, um bom ponto de partida é participar de eventos relacionados a investimentos e desenvolvimento de negócios, tais como seminários, workshops, palestras etc.

Além disso, há várias instituições que promovem o encontro entre empreendedores e investidores e criam ambientes propícios para que se relacionem, como é o caso de algumas associações empresariais. Por meio do networking, você poderá abrir muitas portas e com isso tentar “vender” o seu peixe. Outras possibilidades são contratar empresas de consultoria voltadas especificamente a essa finalidade, participar de clubes de investidores anjos e visitar incubadoras de empresas.

Com um bom networking você consegue encurtar etapas, mas isso não significa que você terá o investimento necessário só porque alguém lhe abriu as portas. É preciso ter um bom projeto, de preferência bem estruturado em um plano de negócios. Com todos esses ingredientes aliados a seu espírito empreendedor, suas chances aumentarão consideravelmente.

Um erro muito comum de empreendedores em negociação com investidores é a proposta da sociedade ou participação igualitária no negócio. Parece lógico para muitos, mas não é. Esse tipo de visão, de que você entrará com o trabalho e o investidor com o dinheiro e por isso ambos dividirão igualmente o negócio, é bastante difundido. Mas porque é um erro? Por que você pode estar avaliando de forma equivocada o valor do seu negócio e a necessidade de investimento.

O total de participação do investidor em virtude de um aporte de recursos depende do valor do negócio e do montante necessário para colocá-lo em funcionamento. O valor do negócio é determinado por técnicas financeiras de avaliação de empresas. Se você não sabe fazer esse cálculo, pode ter o auxílio de uma empresa de consultoria ou então fazer um curso de plano de negócios ou de planejamento financeiro e de investimentos.

O investimento pessoal valerá a pena, pois você aprenderá que uma empresa em fase inicial, apesar dos riscos do negócio, geralmente apresenta um potencial de retorno interessante ao investidor e o recurso necessário para colocá-la em funcionamento normalmente representa 20% a 40% do valor do negócio, ou seja, menos de 50%. Mas isso não é regra. Para chegar ao percentual adequando, você precisará fazer o cálculo de valor da empresa (mesmo que ela ainda esteja no papel) e então convencer o investidor de que esse valor é aceitável.

A partir daí vocês entrarão em negociação para fechar o acordo da sociedade mais adequado. Enfim, nunca entre em uma negociação com investidores propondo participações iguais, pois você poderá entregar mais do que deveria do seu negócio ao sócio capitalista.

Se você precisa de dinheiro, o local mais adequado para buscar e conseguir esse recurso é o banco, correto? Não necessariamente. Parece um conselho utópico, mas como os bancos são a fonte de recursos mais conhecida para os empreendedores acabam por ser escolhidos como o primeiro ponto de partida para a busca do dinheiro que colocará a empresa em funcionamento. No entanto, para negócios em fase inicial, o banco de varejo não é o local mais adequado para buscar dinheiro.

Os bancos geralmente emprestam recursos aos empreendedores com taxas de juros específicas a cada finalidade. Normalmente o recurso mais procurado nos bancos é o capital de giro, aquele dinheiro de que você precisa para fazer a empresa funcionar e cobrir as obrigações de curto prazo. Como esse tipo de recurso geralmente é urgente, os bancos aproveitam a oportunidade e cobram as taxas de juros mais caras do mercado para concedê-lo a você.

Os bancos também podem emprestar dinheiro para a estruturação da empresa; nesse caso, cobrarão juros menores, mas mesmo assim exigirão garantias reais para que você tenha acesso ao dinheiro.

De forma geral, os bancos buscam total proteção para que no caso de falência de sua empresa eles não percam nada. Assim, antes de bater à porta de um banco de varejo para conseguir dinheiro, lembre-se das demais alternativas que você tem para financiar o início de sua empresa e vá ao banco apenas se não lhe restar outra opção.

Mesmo ciente do conselho anterior, você decidiu ir ao banco em busca de dinheiro, pois não lhe restaram alternativas. Tudo bem, agora o problema é outro. Não aceite os contratos padrão que o gerente do banco vai lhe apresentar. É natural que ele lhe mostra uma tabela com a taxa de juros que será aplicada ao empréstimo e algumas exigências para lhe conceder o recurso. Antes de fechar o acordo, peça para analisar com calma todos os itens do contrato e recorra a um advogado se necessário. Além disso, bata á porta de outros bancos e compare cada condição apresentada.

Com as informações em mãos, retorne ao gerente do banco que ofereceu as melhores condições e inicie uma negociação. Ele dirá que não tem autonomia para aprovar descontos ou condições diferenciadas e precisaria submeter o caso ao superior imediato, o que leva tempo.

Insista então que ele faça isso, que negocie com o superior, que você aguardará o retorno. Diga ainda que a concorrência também está analisando  como atender à sua demanda e o banco que for mais proativo terá prioridade. Não se coloque como dependente do banco, mas como cliente! Essa é a postura que você deve ter.

E, se lhe for exigida uma contrapartida ou garantia real para que o empréstimo seja liberado e você não tiver uma para apresentar, recorra aos fundos de aval do Sebrae ou a cooperativas de crédito. Há várias alternativas para que você não fique de mãos abanando.

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